sábado, 31 de julho de 2010

31 de Julho de 2010


Lembranças...

As lembranças nos transportam para um mundo que não existe, talvez até um que já existiu. Elas nos fazem reviver momentos marcantes. As circunstâncias nos marcam não apenas porque foram prazerosas, até porque todos nós carregamos marcas de dores que sentimos no passado, e que as próprias cicatrizes... nos fazem lembrar. A gente lembra quando quer, a gente lembra sem querer, a gente lembra mesmo quando faz força pra não lembrar.

Ah... existem cicatrizes que representam momentos de intenso sofrimento, de derramar exagerado de lágrimas, mas as cicatrizes permanecem, exatamente para nos LEMBRAR que esses momentos existiram... E a gente lembra, a gente revive, a gente até esquece das cicatrizes para nos concentrar nas lembranças. Por mais que doa, por mais que as marcas fiquem, a nostalgia presente na lembrança se transforma em combustível para lembrarmos cada vez mais. Longe de ser masoquista, somos apenas... humanos... e humanos... muitas vezes se esquecem das dores... quando sentimentos são maiores que as dores. As cicatrizes passam a serem vistas com orgulho, ou talvez, como um passado que não era para ser... passado...

O Barão Vermelho estava certo: “Todo mundo é parecido quando sente dor.” A dor nos coloca num mesmo patamar. Muitas vezes a gente até esquece que é dor... Muitas vezes a gente cura câncer com esparadrapo... a gente faz como o “poeta fingidor” apresentado por Fernando Pessoa que “finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente...” Quem nunca fingiu que atire a primeira pedra!

E a gente lembra... sonhos... interrupções... momentos... situações... datas... confusões... vida... decepções... projetos... medo... e o legal é que a gente quer reviver... lembramos da intensidade dos momentos e nos esquecemos das... cicatrizes... Não vivemos de cicatrizes, de dores ou medos. Vivemos de momentos... Por isso que eles prevalecem, as lembranças vêm, e nos fazem esquecer que um dia a dor falou mais alto... Lembranças... Lembrança...

(Bruno Oliveira)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Nanda... a sobrinha que me ensinou sobre o amor!!!

Há dez anos atrás...

...Eu me achava o cara mais feliz do mundo, e era... Você veio ao mundo, entrou em minha vida. Sua existência ensinou muito sobre mim mesmo. Mostrou do que eu sou feito. Me recordo como se fosse hoje... No auge da minha adolescência, já era líder por onde passava, comecei a “me achar”. Quando eu te peguei nos braços pela primeira vez... eu não tinha dúvida nenhuma que seria capaz de dar a minha vida por você. Naquele instante, tive a sensação que o mundo parou ao nosso redor. Descobri o quanto sou frágil. Eu te olhava e pensava: Como pode alguém que acabou de chegar em minha vida, que não possui nem “meio” metro, ser capaz de brotar em meu coração tanto amor...

Mas o fato é que eu me senti frágil como você, naquela hora. Um ano e meio depois o chamado de Deus iria me afastar geograficamente de você. Minha maior dor era pensar em não estar perto, enquanto você crescia. Não ia suportar voltar a minha querida Montes Claros, e te notar me olhando como um estranho, visitante, amigo do papai...

E naquela rodoviária... como foi difícil. Eu olhava pela janela e te via, tirando a chupeta da boca e mandando beijos, orientada pelos seus pais. Será que algum dia ela demonstrará esse carinho de livre e espontânea vontade? Será que a distância não a impedirá de criar um sentimento pelo “Titio que mora longe” e que tanto a ama? Será que algum dia ela vai saber como “tá” doendo em mim, como eu a amo? Eram perguntas que eu me fazia.

Dez anos se passaram. Hoje você completa uma década. Os 860 Km continuam a nos separar, mas me ensinaram que o amor é maior que qualquer percurso, ou melhor, o amor É O MELHOR PERCURSO. Hoje falei com você pelo telefone. Toda nossa conversa, com certeza você se lembra, só não sabe o quanto chorei quando desliguei por causa das suas últimas palavras: “Eu também te amo muito, Tio...” Nenhum dinheiro no mundo pode pagar o que sinto agora. Nesses dez anos, não apenas você cresceu, mas eu também. Alcancei títulos, concluí cursos, tive reconhecimentos de instituições e governos, mas hoje, você me fez sentir aquele adolescente de dez anos atrás. Mais uma vez me questiono se algum dia vai saber o quanto te amo... Hoje me sinto novamente o cara mais feliz do mundo, porque a distância, mesmo atrelada ao tempo, só me faz ter a certeza de que não só amo, mas sou amado. Nanda, isso faz toda a diferença para mim. Contei essa história, porque relacionamento É história. Não existe relacionamento conceitual. Através dessa história, neste dia tão especial, queria apenas dizer que você e Ana Luísa fazem de mim o “Titio” mais feliz do mundo.

(Bruno Oliveira)