segunda-feira, 28 de março de 2011

Seria diferente...

Seria diferente... O hoje poderia ser ontem se entendêssemos como funciona o Kairos... Nossa limitação, entretanto, nos faz desconectar essa ligação como se o amanhã não dependesse do ontem e do hoje. Pode até não ser determinante, mas é, em muitos casos, um resultado.
Interessante falar de resultados se eles são imprecisos. Quem disse que o resultado sempre será o mesmo quando as equações forem iguais? A gente até queria que fosse... Seria mais fácil... Porém tudo seria muito obvio, e exatidão e previsibilidade não combinam com a vida.
Se a vida fosse uma equação matemática não mais lutaríamos, apenas cumpriríamos tabela. Viveríamos uma rotina que nos levaria a um porto seguro já conhecido de antemão. Mas se nosso futuro é incerto, porque continuamos a lutar? Vivemos como um ratinho de laboratório que fica exaurido correndo em uma roda que não leva a lugar algum, simplesmente porque existe um pedaço de queijo, ou um outro prêmio utópico pendurado a nossa frente, que talvez nunca vamos alcançar.
Mas seria diferente... Se resolvêssemos o nosso problema com as dimensões passado, presente e futuro dependeríamos menos do acaso e viveríamos como se tudo dependesse de nós, por mais que não dependa.
Eu queria que fosse diferente... Entretanto, sei que meu querer em relação ao passado está intimamente relacionado ao que o passado me proporcionou e transformou, e ao presente que deixou de ser passado, e direciona meu futuro. A lembrança de quem fui me faz encarar quem sou e refletir em quem me tornarei. Talvez me torne até alguém que hoje não quero ser. Talvez a estagnação nem deixe me tornar. Talvez... nem seria diferente...

(Bruno Oliveira)