Não acomodar com o que incomoda...
O Teatro Mágico
A gente tem essa mania... Pior é quando essa “estranha” mania se torna um estilo de vida... Lá atrás, talvez não tão distante, dá pra identificar quando ela começou a tentar reinar...
Temos que ser inconformados... com o sistema e com o antinomismo, com a desigualdade e com a uniformidade, com aquilo que nos consome e com o que nem cócegas faz, com aquilo que incomoda... A gente tem mania de fazer do medo um destruidor de sonhos, de projetos, de situações. Não era pra ser assim... Se ao menos pudéssemos controlá-lo, se aceitássemos o conselho de Oswaldo Montenegro... “Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio...” E então... nos acomodamos...
É até paradoxal... Se incomoda porque nos acomodamos? Difícil explicar!!! O experimento é diferente do “experimentar.” No experimento se sabe o resultado final. O “experimentar” é uma incógnita. A vida é um experimentar... a gente apenas... vive... Neste “experimentar” está contido também aquilo que nos incomoda, mas com a voracidade da nossa rotina escravisadora, passa a ser visto como o apêndice do processo do viver. Se torna normal, apesar de nos incomodar, e paramos de lutar. Quando chegamos a esse ponto nos acomodamos com o que incomoda.
Não... não pode ser assim... não é pra ser assim. Podemos nos inconformar, lutar pelo que cremos, pelo que sonhamos, pelo que... queremos. Por mais que o futuro se apresente numa figura utópica de realidade, o amanhã só é amanhã porque pessoas protagonizaram o hoje. Precisamos ser protagonistas do presente. Precisamos lutar pelo que sonhamos, precisamos sonhar com o que queremos, precisamos querer o que sentimos, precisamos sentir o que nos incomoda. Eu sinto... mas nem tudo depende só de mim. Verdade!!! Tem coisas na vida que não podem ser feitas sozinhas... O que posso fazer então? Nunca me acomodar enquanto isso me incomodar...
(Bruno Oliveira)