De que adianta ser livre?
Na Igreja de Deus existem muitas pessoas que embora tenham sido libertas da escravidão do pecado, por motivos mais diversos nunca chegam à terra prometida, ao propósito último de Deus. Meu receio é que gastamos nossa vida, tempo, energias e potencialidades simplesmente resolvendo crises internas e problemas orgânicos nas nossas igrejas.
Os israelitas haviam passado 430 anos no Egito, e creio que o efeito mais devastador daqueles quatros séculos e meio de escravidão foi roubar do povo a razão da sua existência. Eles haviam clamado à Deus por libertação, e Deus respondera enviando Moisés. Mas uma vez livres do sofrimento, do jugo e da dor, tornou-se obvio que lhes faltava propósito para a própria liberdade. Não partilhavam da visão de Deus cujo objetivo era não somente proporcionar-lhes alivio, mas também cumprir a promessa feita a Abraão séculos antes. (Gn 12.1-3)
O povo de Israel fora vocacionado por Deus para ser uma bênção para todos os povos, mas perdeu a visão no decorrer dos anos de sofrimento, e uma vez livres de Faraó, olharam uns para os outros questionando: Estamos livres, e agora?
O grande problema que enfrentamos nos dias de hoje é que as pessoas salvas, libertas da escravidão do pecado, vêem na salvação um fim em si mesmo: Estou salvo. Pronto. Está resolvido. Fomos salvos não apenas para resolver nossos próprios problemas, mas para sermos sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para proclamar as maravilhas daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.
Nossa vida reduz-se, então, a resoluções de problemas do dia a dia, e acabamos perdendo nosso objetivo de vista. Somos chamados a ser sal e luz neste mundo, povo escolhido para anunciar a nossa geração a grandeza da mensagem do evangelho, e se não tivermos essa visão, acabamos perdendo nossa vida no deserto.
Quando Moisés começou a orar novamente (Ex 14:15) o Senhor o interrompeu dizendo: Pára Moisés! Agora não é hora de orar. Agora é hora de marchar. Porque você está clamando a mim? Diga ao povo que marche.
Já ouvimos mais sermões do que o maná que caiu do céu. Agora o que você precisa, não é de mais sermões e sim de marchar.
Precisamos de homens, mulheres, jovens e adolescentes dispostos a colocar a mão no arado e não olhar para trás. Eu quero ser uma dessas pessoas.
Bruno Oliveira
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