quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pai,

Quantos caminhos eu já trilhei... Por quantos labirintos já me perdi... Recordo-me de todos eles, de cada erro, de cada obstáculo, de cada encruzilhada, e em todos eles eu olhava ao lado e te encontrava.
Te encontrar... O encontro com o Senhor se dá nos lugares menos prováveis aos olhos humanos. Uma brisa suave é escolhida em detrimento a uma tempestade chamativa e trovões escandalosos. O Senhor prefere um coração contrito à uma casa em festa celebrando uma alegria qualquer. Aliás, onde existe um coração contrito tu estás. Este é o Monte Sinai contemporâneo, a habitação do Senhor.
Quanta sensibilidade, quanto amor, amor de Pai, Pai de amor. Esse amor impulsiona ao coração sofrido, à uma lágrima no olhar; à olhos que choram ao enxergar; enxergar o que o coração não quer acreditar.
Dor... Angústia... Desilusão... Sofrimento... O sofrer faz parte da vida. O difícil é convencer o coração deste postulado. Coração cansado, exausto, triste, calejado pela emboscada dos problemas. Entretanto o mais difícil é quando tudo isso é atrelado ao teu silêncio. Pai, quando o tempo passa e Tu permaneces em silêncio... Dá vontade de chorar, de gritar, de fugir, de correr, de me esconder no irreal.
Mas eu sei que Tu estás. Na angústia que reside em meu coração eu sei que Tu estás. Por mais que meus olhos não vejam, Pai, eu sei que Tu estás. No teu “Monte Sinai” Tu estás. E não importa o que as pessoas venham dizer, não importa o que a dor quer me forçar a acreditar, pois sou teu filho e sei meu Pai, que Tu estás. Assim como esteve em todos os meus caminhos, como me guiou pelos labirintos da vida, "na transparência da luz que brilha; o brilho que sai da pupila dos meus olhos, se emocionam simplesmente na representação de uma lágrima, que traduz a semântica do desejo, da emoção e da vida, de ser teu filho, Pai."

Bruno Oliveira (Teu filho)

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